Polvo à Lagareiro, origem e receita
Polvo à Lagareiro, origem e receita. Uma variante do que já se fazia com o bacalhau à lagareiro, por se banhar sem vergonha em boas litrosas de azeite.
Se já falámos de outra vítima do azeite, o Bacalhau à Lagareiro, mantemo-nos no mar mas passamos de peixe para molusco: é o Polvo à Lagareiro.
Origem do Polvo à Lagareiro
É bem possível que a ideia de cozinhar o polvo desta forma venha da ideia de cozinhar o bacalhau da mesma maneira.
Isto é, a origem do Polvo à Lagareiro veio do Bacalhau à Lagareiro, dado que aquele é um prato mais recente que este.
Já aqui abordámos a temática dos lagareiros, pessoas que se dedicavam às actividades fundamentais dos lagares e que podem estar na razão desta inclinação de preparar refeições à base de azeite e alho.
Se essa é uma provável origem para o bacalhau, acaba por ser também para o polvo, que mais não é do que uma variância do que antes se fazia.
Não havendo grandes certezas quanto à origem deste prato, podemos, ainda assim, indicar a província de Trás-os-Montes como aquela que goza de particular afinidade com o Polvo à Lagareiro – chega a ser servido na ceia de Natal -, não sendo de estranhar tendo em conta o bom azeite transmontano e a sua tradição no tratamento da oliveira.
Receita de Polvo à Lagareiro
Antes de mais, a escolha do polvo: escolha-se um de cor rosa e sem pesar muito mais do que um quilo, máximo um quilo e meio, porque é essa a garantia de que se mantém tenro sem muito tempo de cozedura.
Ou seja, tal e qual como acontece nas carnes, são os exemplares mais novos que sabem melhor.
Evitando os polvos mais velhos e rijos não precisamos de bater no polvo ou congelá-lo e descongelá-lo de seguida, como muita gente costuma fazer, para amolecer as garfadas.
E é sempre preferível comprar dois polvos mais pequenos do que um demasiado grande.
Estando a selecção feita, é tempo de o limpar, das tripas e das algas que se agarram aos tentáculos. As algas é coisa mais ou menos acessível. Já as vísceras temos de pegar na cabeça, que funciona como um saco, e virá-la, deitando tudo fora (esta trabalheira é dispensável comprando um polvo já preparado).
Polvo à Lagareiro, origem e receita
Depois passamos tudo pela torneira e mergulhamo-lo em nova água num alguidar com os desinfectantes do costume: sal e limão. Assim fica por meia hora.
E agora sim, retirado da piscina, é altura de o cozinhar, em água a ferver com uma cebola inteira (mas descascada) e opcionalmente um caldo de peixe. Podemos juntar sal, mas moderadamente – o polvo, como o bacalhau, é salgado por natureza.
Polvo à Lagareiro, origem e receita
A cozedura deve durar cerca de três quartos de hora, mas estará sempre dependente do tamanho do animal – quanto maior, mais tempo de cozedura deve ter.
Dez minutos antes de terminar a cozedura do polvo, entramos com as batatas: lavam-se bem porque vão de corpo completo para a água, pele incluída. Cozem-se durante dez minutos e sacam-se na mesma altura em que se retira o polvo.
Polvo à Lagareiro, origem e receita
A este, desmembramo-lo, mas em tiras bem grandes – o polvo come-se em doses generosas e carnudas. À batata damos um pequeno mas certeiro murro, para abrir.
Coloca-se tudo, batata e polvo, numa travessa. Rega-se a travessa com o azeite previamente condimentado com quatro dentes de alho, coentros, e uma cebola picada.
A batata e o polvo deverão ficar com os pés dentro de água, ou seja, dentro do azeite.
Vai o tabuleiro ao forno por vinte minutos, a 180º. De vez em quando vá lá dar um toque para que todo o molusco se banhe o suficiente naquele sumo de azeitona.
Depois é servir – há quem junte, no final, salsa.
Veja o vídeo
Polvo à Lagareiro, origem e receita
Fonte: portugalnummapa
Um delicioso polvo. Vídeo e explicações muito correctas e acessíveis. Parabéns .Esta senhora tem outras receitas que já tenho feito. Sempre gostosas. Apresenta muito bem o programa.
Se fizer o Bacalhau junto com o Polvo fica melhor ainda. Se os comilões forem bons, pode-se acrescentar camarões grandes, limpos de cabeça e com casca cozidos no alho e óleo. Pega-se um vinho verde e estamos prontos para uma almoço que vai chegar até a hora da janta. rrsrsrsr
PARABÉNS
Muito bem descrita e ensinada esta receita. De uma forma simples e objetiva. Torna-se muito fácil. Com certeza vou acompanhá-la.
Henrique Brandão.
Receita que sem dúvida está uma gostosura.