Há paisagens de mexer e de tocar? Daquelas que apetece apalpar, acariciar e saborear? Ou são apenas de olhar e contemplar?
E donde vem essa vontade de lhes guardar cores, ambiências e momentos. Com sons e sentimentos à mistura?
A fotografia pode ser quase uma forma de roubo. Como quem se apropria (e reserva para si) a alma de coisas, pessoas, situações…
Uma vezes á socapa. Outras de modo bem descarado. E frequentemente leviano…
Olhe-se para estas imagens de Portugal: Surripiadas – aproveitando a inércia do modelo – quase pirateadas.
Com a arte do fotógrafo a mascarar-se de sentido de oportunidade e capacidade de aproveitar os momentos em que o objecto capturado se apresenta vulnerável e desprotegido.
No caso de Hélder Afonso… é por demais evidente o abuso (quase prepotência!): Um combate desigual em que se socorre de todos os meios (instrumentos, tácticas e técnicas) para penetrar vida íntima e segredos dos lugares que escolhe como alvo.
Com qualquer ribeira, vulcão ou castelo a ser desnudado, invadido, quase violado… Sem que nada possa fazer para evitar ou recusar essas formas de assédio!
E ainda tem a lata de querer repartir culpas e responsabilidades connosco. Apenas porque ousámos espreitar o resultado das suas aproximações e movimentações mais do que suspeitas…
Com o desplante a atingir quase a sem vergonha! Não hesitando mesmo mesmo no inqualificável truque de publicitar, com um resumo anual, as sua espreitadelas e observações furtivas.
Como este que agora produziu.
Diz que é o de 2017!
Ele lá sabe…
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