O domínio do Senegal na região vem sendo contestado há muito tempo, mas recrudesceu quando, entre 1974 e 1975, as antigas províncias de Portugal no Ultramar tornaram-se nações independentes e as forças políticas da Casamansa viram no movimento uma oportunidade de reivindicar a sua origem de “ex-colónia portuguesa”.
Faz quase um século que a Casamansa deixou de ser colónia portuguesa: em 1908, os portugueses foram obrigados a ceder definitivamente a região à França, passando a ocupar apenas a Guiné.
Mas, desde 1884-1885, os franceses vinham tentando resolver a questão a seu favor, pressionando Portugal no âmbito da Conferência de Berlim, que dividiu a África entre ingleses, franceses, belgas, alemães e portugueses.
Historicamente, os portugueses chegaram primeiro. Foi em 1445 que o português Diniz Dias “descobriu” a Casamansa, que, na linguagem do país, significa rei do rio dos Cassangas, porque a palavra mansa quer dizer rei ou senhor.
Mas há historiadores que afirmam ter sido em 1446 que a região foi “descoberta”, quando António de Nolle e Luís de Cadamosto, por ordem do infante Dom Henrique, percorreram a costa do rio Geba.
A colónia nasceu a partir de uma feitoria em Ziguinchor — hoje uma cidade com cerca de 40 mil habitantes e um milhão nos seus subúrbios —, criada para intensificar o comércio de escravos com o Império Gabu, reino que englobava, além da Casamansa, a Guiné-Bissau e a Gâmbia, reunindo várias etnias, como a jola — que sempre foi maioritária —, a fula, a banta e a manjaco.
Os franceses, atraídos pelo florescente comércio de carne humana, chegaram em 1459. No século XVIII, franceses e portugueses combateram entre si na região.
A partir de 1908, a Casamansa tornou-se colónia francesa, mas não integrada ao Senegal.
Depois da Segunda Guerra Mundial, foi criada a Federação do Mali, que reunia também Senegal e Casamansa.
Em 1947, com a democratização das atividades políticas pelas autoridades coloniais, surgiram o Bloco Democrático Senegalês, comandado por Leopold Senghor, e o MFDC, que só optou pela luta armada a partir de 1982.
Proclamada a independência da Federação em 1958, o Mali, dois anos mais tarde, retirou-se da aliança porque exigia que a capital fosse Bamako em vez de Dacar. Casamansa ficou, então, unida ao Senegal por um documento que previa a coligação por duas décadas.
Mas, em 1980, Senghor entendeu que, “para o bem das duas nações”, a Casamansa deveria continuar unida ao Senegal. Quando ele já não estava no poder, ocorreu a tragédia de Ziguinchor com o naufrágio da balsa MV Le Joola.
Dos 3,5 milhões de habitantes, apenas 10% são alfabetizados e aprenderam obrigatoriamente um pouco de francês. O povo fala mesmo o idioma jola e o crioulo português.
Só alguns integrantes da elite, que estudaram na França, usam o francês. As ligações com o mundo lusófono são mais fortes. Até porque Portugal esteve lá 462 anos, enquanto a presença francesa não passou de oito décadas.
Apesar do esforço de Dacar para erradicar a cultura lusa, há alguns monumentos em ruínas que testemunham a presença portuguesa. Mas, em razão da repressão, não há na Casamansa nenhum jornal ou emissora de rádio em língua portuguesa. Só entram jornais em francês impressos em Dacar.
É este o resultado da “ABRILADA”. Temos “UM MUNDO” que quer ser Português e estamos confinados a este pequeno rectângulo e mais “dois bocados” lá no meio de atlântico.
Mais uma calinada. Há certa ignorância que podia ser evitada. Bastava ter a 4 classe antiga
casamansa não faz parte do senegal mas sim da Guiné Bissau foram os portugueses que deram casamansa aos françeses na epoca colonial
A quem interessa publicar um texto tão enganador sobre a história da região de Casamansa ?!?!?!?…