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A Feira da Foda é em Monção!

A Feira da Foda traz artesanato, tasquinhas, música popular e um arraial minhoto à aldeia de Pias. Conheça origem e história. Antecipe prazeres e gostos!

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Foda em alguidar de barro? Forno de lenha?
À moda de Pias, aldeia de Monção farta de tradição na arte do cordeiro!
O anho vai chegar tenro e saboroso para saciar apetites de quantos acorrem em busca de prazeres de boca…

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O êxito tem sido tanto que a Feira teve de mudar de lugar. E este ano acontece no campo de futebol daquela freguesia minhota.

Feira da Foda

Origem e história

Pias, em Monção, recebe nova edição da Feira da Foda – inspirada num prato cujo nome se popularizou a partir de uma tradição – com expositores de vinhos da região, artesanato e música popular. Fim-de-semana de 20, 21 e 22 de Março.

Feira da Foda, origem e história
A Feira da Foda está de volta

A feira de «nome ousado e sabor autêntico», como a descreve o município de Monção, está de regresso à localidade de Pias com um programa de degustação do cordeiro à moda de Monção, conhecido como «Foda à Monção».

Feira da Foda, origem e história
Vai ser uma festa e tanto

Trata-se de um prato de cordeiro feito em forno a lenha que se tornou, «desde há vários anos, uma referência na gastronomia monçanense», e que deve o seu nome peculiar a uma tradição antiga da população.

Feira da Foda, origem e história
O prato de cordeiro à moda de Monção tal como é servido nos restaurantes

O termo «vulgarizou-se» e o prato adotou popularmente o nome de Foda à Moda de Monção, chegando até aos dias de hoje como um dos principais patrimónios gastronómicos do concelho, com honras de feira que já vai para a segunda edição.

A acompanhar o prato de cordeiro haverá vinhos de produtores da região (alvarinho, tinto e espumante) e expositores de artesanato, de produtores de rés e máquinas agrícolas.

Já a animação musical ficará a cargo de vários grupos de música popular, como ranchos, bombos e charangas. Para cantar e dançar até às tantas. E, claro, não vai faltar este “Vamos à Foda” pelos “Sons do Minho”.

A Feira inclui ainda, no dia 31 de Março, a cerimónia do III capítulo de entronização da Confraria da Foda, fundada em 2016 com o objetivo de «dar a conhecer a Foda enquanto prato integrante do receituário tradicional e regional, promover o concelho e região e fomentar o turismo».

A culpa foi dos incautos…

Feira da Foda, origem e história
Feira da Foda, origem e história

Reza a história, que há muito tempo atrás, os habitantes do burgo, que não possuíam rebanhos, se dirigiam às feiras para comprarem o animal pretendido. Na feira, havia de tudo, gado bom e menos bom.

Feira da Foda, origem e história
Feira da Foda, origem e história

A verdade é que os criadores e contratadores de rês, quando levavam o seu gado ovino para a feira, tinham como objetivo vendê-lo pelo melhor preço e, para que aparentassem gordos, era prática colocar sal na forragem, facto que obrigava o gado a beber muita água.

Feira da Foda, origem e história
Feira da Foda, origem e história

Na feira, o gado aparecia com a barriga cheia de água e pesados, parecendo realmente bem tratados, muito gordos.

Os incautos, que não tinham conhecimento da “manha”, compravam aqueles autênticos “balões de água” e, quando se apercebiam do logro, exclamavam à boa maneira minhota: “Que grande Foda!”

Feira da Foda, origem e história
Feira da Foda, origem e história

O termo “Foda” foi-se vulgarizando ao longo do tempo e o prato passou a designar-se por Foda. De tal forma que é frequente pelas alturas festivas (Páscoa, Santos Padroeiros, Corpo de Deus, Senhora das Dores ou Fim do Ano) ouvir as mulheres minhotas exclamarem: “Ó Maria, já meteste a Foda?”, ou seja, já confecionaste o cordeiro à moda de Monção, em alguidar de barro, levado ao forno de lenha.

História

Feira da Foda, origem e história
Feira da Foda, origem e história

As artes culinárias são fruto de saberes tradicionais, que refletem a evolução histórica e social de uma região.

Feira da Foda, origem e história
Feira da Foda, origem e história

A confeção do Cordeiro à moda de Monção, em alguidar de barro levado ao forno de lenha, não só recupera o saber dos nossos antepassados como lhe adiciona um pouco de arte, carinho e profissionalismo, aos atuais mestres da cozinha monçanenses.

Feira da Foda, origem e história
Feira da Foda, origem e história

O prato, denominado “Foda”, reflete bem o caráter afável e bem disposto do povo monçanense. Reza a história que: “os habitantes do burgo, como não tinham rebanhos, dirigiam-se às feiras para comprar o gado. E, como é habitual em todas as feiras, havia gado bom e mau.

Mas a verdade é que os criadores de gado tinham como objetivo vender o seu gado ao melhor preço. E, para que aparentassem gordos, colocavam-lhes sal na forragem, facto que os obrigava a beber muita água.

Na feira, pareciam pesados, com a barriga cheia de água, parecendo realmente gordos. Os incautos, que não tinham conhecimento da “manha”, compravam aqueles autênticos “sacos de água” e, quando se apercebiam do logro, exclamavam à boa maneira minhota: que grande foda!

Feira da Foda, origem e história
Feira da Foda, origem e história

O termo foi-se vulgarizando e o prato gastronómico passou a designar-se “Foda“. De tal modo, que é frequente nas épocas festivas (Páscoa, Corpo de Deus, Senhora das Dores, Natal e/ou Fim do Ano) ouvir as mulheres do alto Minho, exclamarem: Ó Maria, já meteste a Foda?

8 COMMENTS

  1. A LINGUA PORTUGUESA É FANTÁSTICA. ISSO DEMONSTRA QUE MUITAS VEZES O QUE CHAMAMOS DE PALAVRÃO PODE NÃO SER PARA OUTROS.

    A PALAVRA ” CARALHO” POR EXEMPLO MINHA MÃE QUE ERA PORTUGUESA NÃO TRATAVA COMO PALAVRÃO E DIZIA QUE ERA O PAI DE NÓS TODOS.

  2. Amigo Eduardo, deixe-me dizer-lhe que caralho não é uma palavra malcriada, este termo era o nome do alto do mastro das naus onde ia um timoneiros a ver quando se avistava terra, o povo é que quando se zangavam começou a mandar os outros para o caralho como aliás ainda hoje se diz, mas o termo inicialmente era vulgar até porque era uma peça da respectiva nau e quem lá ia era considerado pelo comandante como uma peça importante, fica o esclarecimento, um abraço.

  3. São essas coisas que dão frescor à vida!
    Foda tanto faz… É sempre maravilhosa!
    Parabéns ao povo português por suas tradições e gastronomia!

  4. Amigo António Ramos lamento informá-lo que a peça do navio a que se refere se chama cesto da gávea. O vernáculo terá sido associado ao mastro principal que assume sinónimos de pau, verga, e outros que aludem ao pénis.

  5. Há um comentário que diz “caralho” é o pai de nós todos, não é verdade, caralho é a vigia do cimo do mastro de um navio. Todos se queriam evitar esta função.

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