Para alguns será uma das aldeias mais bonitas do mundo. Outros dizem-na a aldeia mais preservada de Portugal. Mas muitos lamentam a agressão de que foi alvo com o cerco das torres dos geradores eólicos.
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Assim que entrei neste sítio, pareceu-me estar a viver na época medieval. É de facto uma envolvência incrível quando visitamos esta freguesia do Sabugal, outrora, Vila no século XIII – XIV.
Estas palavras não são nossas. Foram escritas por Rui Pajares, autor de duas das imagens que integram este passeio por Sortelha.
Um lugar onde, a cada passo que damos, se respira história e se dá largas à imaginação. Quase poderíamos acreditar estar a viver um filme de uma grande produtora cinematográfica internacional. Quem sabe, de Hollywood…!
Aqui o granito é rei. E é através das casas que vamos percebendo importantes locais para a população. Como o cemitério, o antigo hospital da Misericórdia, a Igreja Matriz da Nossa Senhora Das Neves, a residência Paroquial, a Casa do Juiz, a Casa Árabe, etc…
Passeando Sortelha ficamos a conhecer um pouco da história de Portugal. E ganhamos o privilégio (ou a ilusão) de quase fazer parte dela… Quando passamos para o lado de dentro das muralhas, que ainda hoje parecem defender uma relíquia!
Situada a mais de 760 metros de altitude, numa região muito acidentada, Sortelha é uma povoação ornada com penedos e barrocos, onde as casas encostam e assentam. Esta disposição das casas, expostas ao sol, explica o cognome de “lagartixos” dado aos seus habitantes.
Sortelha continua a ser certamente uma das mais belas e antigas povoações do nosso País, cujo traçado pouco se alterou nos últimos 500 anos, preservando a sua identidade e integridade.
Mas donde virá este nome de “Sortelha”?
História e lenda confundem-se. Defendem alguns que o nome deriva de um anel (Sortija ou Sorteia) utilizado num jogo medieval onde os cavaleiros tentavam enfiar a sua lança. Outros defendem que se trata antes de anel de pedras com poderes especiais, igual ao anel das feiticeiras.
Aldeia de granito, com ruas e vielas tipicamente medievais e um castelo do séc. XIII. O foral foi concedido em 1228 e só perdeu estatuto concelhio com a reorganização administrativa do séc. XIX. Tem um espaço urbano medieval (séc. XIII-XIV), que encontra nas necessidades defensivas e na organização militar da área a sua matriz essencial. Bastante alterada com as intervenções ocorridas no período manuelino (séc. XVI).