Cada um deles com uma história para contar, são inúmeros os locais abandonados em Portugal. Alguns tão bonitos que facilmente podiam ser cenários para filmes. Confira 10 locais abandonados em Portugal que, de uma forma ou outra, conseguem ser cativantes e belos, levando quem os visita a imaginar como seriam quando estavam recuperados e quando vivia gentes e famílias no seu interior. A não perder!
Palácio Fonte da Pipa, Loulé, Algarve
Este palácio foi mandado construir por Marçal Pacheco, irmão de Duarte Pacheco com a finalidade de receber o rei D. Carlos quando este visitou o Algarve.
No entanto, D. Carlos acabou por preferir ficar alojado num outro palacete da zona. O nome deste palácio, deve-se ao facto de existir no local uma fonte com o mesmo nome.
Quando se fala neste palácio é inevitável ouvir histórias de assombrações, aliás muito comuns no que toca a locais abandonados. Segundo consta, aqui terá aqui falecido a filha de um dos proprietários e há quem a tenha visto à janela da torre.
Mitos que nem por isso deixam de fazer deste palácio um deslumbre para os olhos, com os seus interiores forrados a pinturas de frescos, exuberantes tetos em tons pastel e soberba arquitetura.
Convento de Seiça, Figueira da Foz, Coimbra
O Convento de Seiça, ou Mosteiro de Santa Maria de Seiça, foi mandado construir por D. Afonso Henriques em homenagem à Virgem Maria devido a um milagre recebido junto da capelinha de Nossa Senhora de Seiça. Quando D. Afonso Henriques faleceu, o seu filho D. Sancho I deu continuidade à sua construção.
No entanto, em 1348, a peste negra tomou de assalto este convento e morreram grande parte dos religiosos e caseiros que aqui viviam. Só dois séculos mais tarde foi reparado o Mosteiro, por D. Manuel.
Este mosteiro foi posteriormente uma fábrica de descasque de arroz e por isso todo o seu interior foi parcialmente levado para outras igrejas. Atualmente é propriedade da Câmara da Figueira da Foz.
Termas dos Cucos, Torres Vedras
Situam-se a cerca de 2Km da cidade, junto à estrada nacional 9, a caminho de Runa. Foram projetadas pelo engenheiro António José Freire, por encomenda de José Gonçalves Dias Neiva.
Em 1892 as termas começaram a funcionar de forma experimental e, um ano depois, foram finalmente inauguradas. Este edifício é constituído por várias dependências como os balneários, a capela, as minas de lamas, bufete, restaurante e pensão, sendo que todas se encontram atualmente encerradas.
Convento de São Francisco do Monte, Monte de Santa Luzia, Viana do Castelo
Este foi um dos 3 primeiros conventos da Ordem dos Frades Menores a ser erguido. A sua arquitetura é religiosa, gótica e barroca, no entanto o Convento foi remodelado nos séculos XVI e XVIII, alterando significativamente a sua estrutura.
Em 2001 foi comprado pelo Instituto Politécnico de Viana do Castelo para instalar alguns serviços da Universidade, mas diz-se que, devido ao difícil acesso, acabou por ser abandonado e encontra-se agora reclamado pela natureza.
Termas Águas Radium, Sortelha, Guarda
Originalmente pertenciam a um conde espanhol, Don Rodrigo, que ali terá curado a sua filha de uma doença de pele grave. No início do séc. XX era um hotel e uma referência para médicos e doentes.
As águas destas termas tinham um grau de radioatividade bastante elevado e atraíam físicos de todo o mundo, nomeadamente Maria Curie, que recebeu o prémio Nobel ao descobrir os efeitos da radiação.
Don Rodrigo abandonou as termas mais tarde, que foram arrendadas e posteriormente leiloadas em Lisboa, a Ramiro Lopes.
Palácio do Rei do Lixo, Coina, Barreiro
Também conhecido por Torre de Coina, Palácio da Bruxa ou Torre do Inferno, não passa despercebido a quem atravessa a estrada nacional 10 no Barreiro! A quinta onde assenta este monumento foi propriedade de D. Joaquim de Pina Manique e mais tarde vendida a Manuel Martins Gomes Júnior, que mandou construir o palácio.
Reza a história que queria dali avistar a propriedade que também possuía em Alcácer do Sal. Manuel Martins Gomes Júnior era conhecido pelo Rei do Lixo por ter um negócio de compra e venda de lixo e foi ele que batizou esta propriedade como Quinta do Inferno.
Antes de ser novamente vendida, esta propriedade tornou-se numa importante casa agrícola de exploração pomícola. Na década de 70 foi comprado por António Xavier de Lima mas em 1988 ocorreu um incêndio, que degradou ainda mais este palácio que já se encontrava desabitado há 18 anos.
Casa do Relógio, Foz do Douro, Porto
Também conhecida por Casa Manuelina, à beira mar plantada, foi mandada construir por Arthur Jorge Guimarães e sua esposa Beatriz, que ali passaram férias. É uma moradia de 4 andares com um torreão central, muito apalaçada, que remete ao início do século XX.
Quando Arthur Jorge Guimarães morreu, a sua mulher deixou a casa aos seus herdeiros, no entanto, há quem diga que esta foi ilegalmente habitada por um artesão que fez dela a sua casa e local de trabalho.
O processo arrastou-se nos tribunais por anos e acabou por nunca se resolver, enquanto a casa se ia deteriorando.
Hotel Monte Palace, S. Miguel, Açores
Este hotel, situado nas Sete Cidades, foi o primeiro hotel 5 estrelas da ilha. Com 88 quartos, dos quais uma suite presidencial, 4 suites de luxo, 4 quartos com sala, 27 quartos duplos e 52 suites juniores, era o mais luxuoso de todos os hotéis.
No entanto esteve muito pouco tempo aberto. Inaugurou em 1989 e fechou apenas dois anos depois. Diz-se que, devido ao clima da zona com muito nevoeiro, não atraía muitos visitantes e, por isso, levou ao fraco sucesso e posterior abandono por parte do proprietário.
Hoje em dia estudam-se projetos para reabilitar este magnifico edifício com uma vista deslumbrante sobre o oceano Atlântico e a Lagoa das Sete Cidades.
Castelo da Dona Chica, Palmeira, Braga
Este castelo é também conhecido por Palácio da D. Chica ou Castelo de Palmeira e foi projetado pelo arquiteto suíço Ernesto Korrodi. Começou a ser construído em 1915 para servir de habitação a um casal de novos ricos brasileiros – J.Ferreira do Rego e Francisca Peixoto Rego, que dá nome ao monumento.
Reza a história que D. Chica herdou uma grande fortuna e idealizou este palácio para as suas festas luxuosas e para dar vida às suas fantasias mais faustosas. Em 1919 separou-se do seu marido e casou com o seu amante, de quem teve um filho.
Foi nesta altura que o projeto terá sido abandonado. Quando voltou para a sua terra natal, onde viria a falecer, o palácio andou de mão em mão, e posteriormente votado ao abandono.
Restaurante Panorâmico, Monsanto, Lisboa
O ex-líbris dos locais abandonados em Lisboa. Integrado no parque florestal de Monsanto e construído há quase meio século, este edifício com vista privilegiada sobre Lisboa, está ao abandono há uma década.
Foi projetado pelo arquiteto Chaves da Costa, tem 7000 metros quadrados e conta com diversas obras de arte como painéis de Querubim e azulejos de Manuela Madureira. Já foi discoteca, bingo, escritório, armazém de materiais de construção civil mas é conhecido por Restaurante Panorâmico de Monsanto.
É considerado uma autêntica jóia da cidade pela vista única e deslumbrante que oferece. Hoje em dia, mesmo parcialmente destruído, continua a ter carisma e a ser palco de inúmeros videoclipes e sessões fotográficas. O seu futuro continua incerto.
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