Em terras de Barroso, sai um cozido Barrosão! Alheira e chouriças de fumeiro caseiro, pernil do porco que correu pelas canadas, a vaca pastoreada nos lameiros, as couves da horta, as batatas de Montalegre… Sem contemplações ou fastio. Mas sempre com muita gente á volta.
Em terras de Barroso, cozido é prato confraternizado e saboreado com companhia. Pode ser família numerosa ou grupo de amigos. Quase sempre festa e celebração.
No Inverno é ao calor da lareira… porque o frio, por aquelas bandas, quando aperta é de enregelar o corpo e a alma. Os rios cobrem-se de gelo e a neve, abundante, pinta campos e telhados, invade caminhos e estradas.
Frio que é bem precioso para curar as carnes daqueles presuntos cheirosos – tentação de gula e vício de sabores!
A confecção do cozido barrosão começa de véspera: Na noite anterior colocam-se as carnes, com meia cura, de molho em água fria.
Para entender a receita… é melhor aprender o significado de algumas expressões:
• Arroz de “nada” – designação local para o arroz branco, apenas cozido.
• Cortar em camponesa – cortar ao meio e depois em tiras transversais.
• Peituga – o peito do porco ou das aves.
• Bucheiras – nome que se dá aos enchidos feitos com sangue de porco, coração e carne com gordura
• Meia cura – estádio intermédio do método dito de “curar”, significando o processo de secagem de queijos, carnes, chouriços e outras iguarias.
E o que é que acham? Para um almocinho ou um jantarinho frugais?
Se andarem pelas bandas de Montalegre, está feito: É só ir ao restaurante!
Se não andarem… fica aqui a receita.
Mas o mais difícil será conseguir aquelas carnes, aquelas couves e aquelas batatas barrosãs…