Pode afirmar-se com segurança que este produto já era confeccionado no início deste século por duas famílias tradicionais da vila de Vouzela, que terão herdado o saber fazer através dos tempos mantendo-o como segredo familiar.
Alguns defendem que esta receita é tão antiga como um convento cuja memória se perdeu no tempo. Actualmente, o saber fazer continua a passar de família para família, o que faz com que seja um segredo bem guardado.
No entanto, embora produzido com fins comerciais, as doceiras contemporâneas garantem utilizar o mesmo método artesanal que lhes foi ensinado pelas suas avós.
Em roteiros desta região são usuais menções como «os pastéis de massa tão fina como cabelos de anjos… que gostaríamos todos de poder provar».
Se não oferece dúvidas que estamos perante uma velha receita conventual, no entanto, uma nuvem de lenda paira sobre as suas origens. Para alguns, estariam ligadas ao Convento de Nossa Senhora do Carmo, em Tentúgal. Outros juram a pés juntos que a receita terá vindo – pela mão de duas religiosas – do Convento de Santa Clara, no Porto, há mais de duzentos anos.
Como os verdadeiros Pastéis não têm conservantes, não se deixe cair na esparrela de comprar aquelas coisas que, com esse nome, se vendem em algumas Áreas da Serviço das nossas estradas…
Vai mesmo ter de ir a Vouzela!
Os Pastéis acabam assim como motivo de peregrinação até aquelas terras da Região de Lafões, no distrito de Viseu. Nas margens do Zela, um afluente do Vouga.
E assumem-se como um dos principais veículos promocionais de Vouzela.
Entre lendas e segredos,
espreite a receita possível daquela doce perdição:
Tantas receitas de experimentar e saborear…
• Caldo Verde (Vale do rio Minho) • Arroz de Lampreia (Montemor-o-Velho) • Butelo com Cascas – ou Casulas (Trás-os-Montes) • Bucho Raiano (Sabugal) • Peixes de rio e enguias fritas (Baixo Mondego) • Pasteis de Vouzela • Sericá/Sericaia (Alentejo) • Milhos Ricos (Ribeira de Pena) • Sopa de Feijão-Frade (Lardosa – Castelo Branco) • Xarém (papas de milho) com Sardinhas (Algarve) • Bolo do Conde de Alcáçovas (Viana do Alentejo) • Chanfana • Cabrito Assado no Forno (Serra do Marão) • Capão à Freamunde • Bolo de Cornos (Mortágua) •
• Caspacho (Capacho, Gaspacho ou Vinagrada) – Alentejo • Pastel de Molho (Covilhã) • Vitela Arouquesa com arroz de Forno (em forno de lenha) • Pasteis de Tentúgal • Pudim de Castanha (Alto Tâmega) • Sopa de Sarapatel (Norte Alentejano) • Celestes (Convento de Santa Clara – Santarém) • Cozido Barrosão (Montalegre) • Sopa da Pedra (Almeirim) • Cavacas de Resende • Cabrito Assado à moda da Serra do Caramulo •
• Pão-de-ló de Margaride (Receita da Casa de Pão-de-Ló de Margaride) • Sopa de peixe de rio (Caneiras – Santarém) • Caldeirada de Sesimbra • Bolo do tacho (Monchique) • Lombo de porco com amêijoas (Alentejo) • Miga de peixe do rio com poejo (Vila Velha de Ródão) • Pudim do Abade de Priscos (Priscos, Braga) • Panela no forno (Covilhã) • Beijinhos de amor (Lousada) •
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• FONTE:
Receitas e Sabores dos Territórios Rurais, editado pela Minha Terra – Federação Portuguesa de Associações de Desenvolvimento Local.