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Toda a gente sabe agora o que é um “telemóvel”, mas o aparelho (e por conseguinte a palavra) não existe assim há tanto tempo. “Telefone portátil, alimentado por bateria, que estabelece comunicação com outros aparelhos sem necessitar de uma ligação física fixa (cabo) à rede de telecomunicações.”
Com os avanços tecnológicos ocorridos entretanto, com iPhones, Androids e afins, fazer uma chamada telefónica por telemóvel é apenas uma das possibilidades do aparelho. Provavelmente, não a mais usada.
(O telemóvel também arrastou consigo palavras como sms, short message service, e o vício de as enviar. Um belo negócio.)
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Alvos das maiores polémicas, os “transgénicos” dizem respeito a algo, na biologia, “a que foi acrescentado ou retirado um ou mais genes”.
E também se diz “do ser, geralmente planta, a que foi alterado o código genético”. Já se sabe que quem se mete com a manipulação da vida, hoje ou há 25 anos, estará sempre sujeito a muitas interrogações e retaliações.
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É uma palavra russa que quer dizer “carruagem ou grande trenó russo, puxado por três cavalos”. Fomos recuperar o que escrevemos em Abril de 2011, na então revista Pública: “Alguns [dicionários] acrescentam que os cavalos ‘vão alinhados lado a lado’, outros dizem que vão ‘de frente’.
Nos mais recentes, já se introduz um novo sentido (sem animais): ‘Conjunto de três pessoas ou entidades, geralmente com uma finalidade política.’”
Dá para perceber. Só mais uma ideia: a palavra tornou-se popular na era estalinista na União Soviética, “quando troikas substituíam o sistema legal para perseguir rapidamente dissidentes contrários ao regime ou qualquer cidadão acusado de crimes políticos”.
A rapidez no julgamento desses cidadãos transformou-se “numa caça às bruxas, levando o medo ao país inteiro”. Pois…
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Verbo que nasceu a partir da rede social de microblogging Twitter. Há quem opte pelo aportuguesamento (mais profundo ainda) “tuítar”. Traduz-se no envio e recepção de mensagens pessoais até 140 caracteres, os “tweets”, entre uma rede de contactos.
A dimensão da rede varia (como seria de esperar) com a relevância mediática ou profissional do assinante, mas a maior parte da vezes as mensagens não têm qualquer interesse para o mundo. Estados de espírito, como os que se multiplicam em muitos perfis de Facebook.
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Foi uma boa notícia para a felicidade humana (sobretudo para a conjugal). Em Portugal, o medicamento viu a sua comercialização aprovada a 14 de Setembro de 1998, depois de se terem percebido as características vasodilatadoras do óxido nítrico produzido pelas células humanas.
“Os investigadores da Pfizer descobriram depois uma enzima que inibe a produção de óxido nítrico pelas células dos músculos do pénis. E descobriram também a principal arma para combater essa enzima: o citrato de sildenafil, que funciona como vasodilatador com funções primordiais na ereção do pénis”.
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“Teleconferência que permite, além da transmissão da palavra e de documentos gráficos, a de imagens animadas dos participantes.” Parece óbvia e comum, para mais se pensarmos na atual facilidade em comunicar via Skype ou Hangout (Google).
O que poderia igualmente ter entrado nesta listagem de palavras que passámos a utilizar com frequência: airbag, Amazon, Anonymous, apps, banda larga, botox, cavaquistão, células estaminais, clicar, deck, descontinuar, desmaterializar, e-factura, fairplay, glasnost, iTunes, iPad, Jihad, LGBT, lipoaspiração, memorando, mp3, multimédia, música pimba, Outlook, papamóvel, perestroika, piercing, playstation, podcast, PowerPoint, requalificação, resgate, slow food, smartphone, spoiler, swaps, tablet, tsunami, vistos gold, vuvuzela, Wikileaks, workshop, etc.…