![relogio2-1-e1489627009726](https://i0.wp.com/descobrirportugal.pt/wp-content/uploads/2018/02/relogio2-1-e1489627009726.jpg?resize=640%2C433&ssl=1)
Por qualquer motivo que ultrapassa a compreensão humana, o relógio do Arco Triunfal da Rua Augusta avaria constantemente e pára para grande irritação de Cronos, o deus do Tempo. O relógio foi construído pela empresa “Boa Construtora – Fábrica de Relógios Monumentais”, fundada em Almada em 1930 por Manuel Francisco Cousinha. O aparelho data de 1941, altura em que ainda não tinha corda automática, pelo que necessitava de funcionários que, algumas vezes por semana, lhe dessem corda e o acertassem.
![relógio da Rua Augusta](https://i0.wp.com/www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2015/12/relogio-1.jpg?resize=640%2C438)
Mais tarde, Manuel Francisco Cousinha, com a alcunha de “engenhocas”, inventou um mecanismo de corda automática que tinha por base o mercúrio. Mesmo assim, por questões climáticas como a humidade e, também, a falta de verbas para a manutenção, o relógio foi-se degradando e, além de parar constantemente, atrasava-se ou adiantava-se.
![relógio da Rua Augusta](https://i0.wp.com/www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2015/12/relogio3-1.jpg?resize=640%2C428)
Aquando da reparação em 2007, foi preciso maquinar a roda maior que tem 120 dentes, ou seja, 30 centímetros de diâmetro, mandando refundi-la para ser refeita, além de se terem corrigido alguns erros de reparação, como o terem-lhe mudado o sistema de transmissão aos ponteiros.
![Arco da Rua Augusta](https://i0.wp.com/www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2015/12/relogio4-1a.jpg?resize=640%2C450)
Mas esse não é o primeiro mecanismo de relógio do Arco da Rua Augusta, pois que na sala onde está o de 1941 há também um outro mecanismo de relógio do século XIX, igualmente em fase em restauro. Ele veio do Convento de Jesus, hoje Academia das Ciências, e foi adaptado por Augusto Justiniano de Araújo (Valença, 1843 – Lisboa, 1908), grande relojoeiro português fundador da Escola de Relojoaria da Casa Pia, tendo essa notícia sido dado pelo próprio na revista que fundou nos fins do século XIX, o Cosmocronómetro.
![Arco da Rua Augusta](https://i0.wp.com/www.vortexmag.net/wp-content/uploads/2015/12/relogio5-1.jpg?resize=640%2C430)
O Arco da Rua Augusta é um arco triunfal situado na parte norte da Praça do Comércio, sobre a Rua Augusta, em Lisboa, Portugal. A sua construção foi programada em 1759, no quadro da reconstrução pombalina após a destruição da baixa lisboeta pelo terramoto de 1755, com desenho de Eugénio dos Santos. Até 1843 o arco subia apenas à altura da sua cimalha, num jogo de colunatas compósitas colocadas em 1815, ficando a aguardar o coroamento. Foi então aberto concurso para a finalização da obra, ganho pelo arquitecto Veríssimo José da Costa. A obra do arco triunfal, que já estava fechado em 1862 por ocasião do casamento de D. Luís I, como se observa em fotografias da época, apenas foi concluída em 1873.
![Arco da Rua Augusta](https://i0.wp.com/descobrirportugal.pt/wp-content/uploads/2018/02/1200px-Arco_Triunfal_da_Rua_Augusta_Plaza_del_Comercio_Lisboa_Portugal_2012-05-12_DD_02.jpg?resize=640%2C434)
Na parte superior do arco, é possível observar esculturas de Célestin Anatole Calmels, enquanto num plano inferior se encontram esculturas de Vítor Bastos. As esculturas de Calmels representam a Glória, coroando o Génio e o Valor. As esculturas de Vítor Bastos representam Nuno Álvares Pereira, Viriato, Vasco da Gama e o Marquês de Pombal. Na lateral esquerda, o rio Tejo, e na direita o rio Douro, da autoria também do escultor Vítor Bastos. Os rios Tejo e Douro delimitam a região onde alegadamente viviam os Lusitanos.
![Arco da Rua Augusta](https://i0.wp.com/descobrirportugal.pt/wp-content/uploads/2018/02/Arco-do-Triunfo-da-Rua-Augusta-8-e1517858611514.jpg?resize=640%2C386)
O texto inscrito no topo do arco remete para a grandiosidade do Império Português e a descoberta de novos povos e culturas. VIRTVTIBVS MAIORVM VT SIT OMNIBVS DOCVMENTO.PPD “Às Virtudes dos Maiores, para que sirva a todos de ensinamento. Dedicado a expensas públicas”. A partir de 9 de Agosto de 2013 é possível, usando um elevador e dois lances de escadas íngremes, chegar ao miradouro no topo do Arco, por 2,5 euros. Durante o primeiro ano em que esteve aberto, foi visitado por 130 mil pessoas.