Miúdo traquina de calções, foi pela mão da minha mãe que conheci Ponte de Lima em dia de Feira Novas. Era o mês de Setembro dedicado à estada em casa minha avó materna, em Ponte da Barca. Depois do Julho entre Sines e Santiago do Cacém com o meu pai.
Felizes tempos dos 3 meses de férias escolares. E ainda ficava com o Agosto da praia – Santo Amaro de Oeiras, Carcavelos ou Praia das Maçãs…
Da feira de Ponte de Lima recordo as barracas, a visão do gado e o almoço naquele restaurante quase encostado à ponte. E olhem que feiras… eram coisas que não faltava por aquelas bandas. Com as quartas alternadas entre a da Ponte da Barca e a dos Arcos de Valdevez.
A ponte era aquele gigante de pedra que vinha do tempo dos romanos e que foi, até finais da Idade Média, a única passagem segura do Rio Lima em toda a sua extensão. Não admira por isso que tenha sido ela a dar o nome à vila que – apesar do seu crescimento – continua a não querer ser cidade.
Em pleno coração do Vale do Lima, a sua beleza esconde raízes profundas e lendas ancestrais. Foi a Rainha D. Teresa quem, a 4 de Março de 1125, outorgou carta de foral à vila, a Terra da Ponte.
Já no século XIV, D. Pedro I, atendendo à posição geoestratégica de Ponte de Lima, mandou muralhá-la. Ficou um burgo medieval cercado de muralhas e nove torres. Restam duas e outros vários vestígios de toda a estrutura defensiva de então.
A partir do século XVIII a expansão urbana vai significar o início da destruição da muralha que abraçava a vila.
Ponte de Lima vivia uma fase de prosperidade. Por todo o concelho torna-se visível a opulência das casas senhoriais que a nobreza da época se encarregou de disseminar.
A vila vai somar à sua beleza natural magníficas fachadas góticas, maneiristas, barrocas, neoclássicas e oitocentistas Aumentando significativamente o valor histórico, cultural e arquitetónico desta região.
Deslumbramento da paisagem e da tradição, desafios de visita…
Em 1995, Ponte de Lima foi distinguida com o Grande Prémio Europeu do Turismo e do Ambiente e, por diversas vezes, mereceu o galardão de Vila Mais Florida de Portugal.
Promotora do Festival Internacional de Jardins, é capital do Turismo de Habitação. Os solares e casas agrícolas constituem um conjunto inigualável que molda a paisagem em todo o concelho. muitos deles estão, hoje em dia, dedicados ao Turismo de Habitação.
Uma vila orgulhosa da sua história e tradições. Quinzenalmente é a grande animação no areal das margens do rio com a Feira que vem dos tempos da Idade Média. Aí também acontece, em Junho, outro evento tradicional: A Vaca das Cordas.
Em Setembro, a vila volta a registar grande animação com a realização das Feiras Novas, as festas do concelho. São milhares de visitantes a dinamizar a economia local!
A vila que não quer cidade, desafia a percorrer margens de rio e a quase tocar o granito das fachada e das pontes. Imperdíveis os passeios pelas lagoas, a contemplação da vida selvagems e do voo das aves, os seus moinhos de água…
A visita saberá sempre a pouco: com desejos de regresso e de reincidência de olhares, prazeres e gostos.
Com pressas de um sarrabulho de arroz e ganas de vinho verde. Daquele tinto… de pintar a malga!
Equilíbrio entre história e natureza:
• Magníficas paisagens: símbolo de ruralidade, de preservação ambiental, de autenticidade de tradições e hospitalidade.
• Descubra a Área de Paisagem Protegida das Lagoas de Bertiandos e São Pedro d’Arcos, o Festival Internacional de Jardins…
• Gastronomia rica e variada. Arroz de sarrabulho é ex libris, acompanhado pela excelência do vinho verde.