Não há como o negar: Portugal e o Brasil são dois países irmãos, unidos por séculos de uma história em comum e destinados a partilhar para sempre uma herança que nos orgulha a ambos. Apesar dos erros cometidos durante a colonização, Portugal esforçou-se por desenvolver o Brasil e também por aplicar neste território parte das riquezas que aqui eram exploradas, como por exemplo o ouro. A maioria dos monumentos deixados são Igrejas, mas também foram construídas escolas, hospitais, estradas, aquedutos… tudo aquilo que um país precisa para funcionar. Uma parte considerável dos monumentos construídos pelos portugueses no Brasil tem hoje a categoria de Património Mundial, facto que orgulha aos dois países. Descubra 9 monumentos construídos pelos portugueses no Brasil.
1. Igreja e convento de São Francisco – Salvador
A Igreja e Convento de São Francisco são importantes edificações históricas da cidade de Salvador, na Bahia, Brasil. Localizadas no coração da cidade, as estruturas foram erguidas entre os século XVII e XVIII e são consideradas uma das mais singulares e ricas expressões do Barroco brasileiro, apresentando, em especial a igreja, uma faustosa decoração interior. O conjunto, especialmente pela riqueza da igreja, é considerado como uma das mais espectaculares expressões do Barroco no Brasil, tendo sido tombado pelo IPHAN em 1985. Foi considerada uma das Sete Maravilhas de Origem Portuguesa no Mundo.
2. Igreja de São Francisco da Penitência – Rio de Janeiro
Localizada junto ao Convento de Santo António, a igreja e sua decoração barroca – feita na maior parte por Aleijadinho – também é considerada uma das mais importantes do país. A capela chama atenção pelo seu interior que é, praticamente, inteiro coberto por talhas douradas. A Ordem Terceira de São Francisco – composta de pessoas leigas que seguem a espiritualidade franciscana – foi instituída no Rio de Janeiro no ano de 1619, e inicialmente exercia suas actividades junto ao Convento de Santo António, pertencente aos frades. Após vários anos, foi construída uma primeira capela, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, situada numa posição perpendicular à igreja conventual – essa capela existe até hoje, e pode ser vista de dentro da igreja conventual. Em 1657 os frades doaram aos irmãos terceiros um terreno ao lado da igreja conventual, onde poderiam iniciar a construção de uma igreja maior. Assim, na transição entre os séculos XVII e XVIII, iniciou-se a construção da capela actual.
3. Igreja Matriz de Nossa Senhora do Pilar – Ouro Preto
O título de Património Histórico da Humanidade não foi concedido por acaso a Ouro Preto. A cidade abriga o maior conjunto arquitectónico do barroco brasileiro, preservando jóias como as igrejas de São Francisco de Assis, considerada o ícone do estilo no país e obra-prima de Aleijadinho; e de Nossa Senhora do Pilar, ornamentada com mais de 400 quilos de ouro. A Basílica Menor de Nossa Senhora do Pilar de Ouro Preto, Minas Gerais, é uma das edificações católicas mais conhecidas entre as que foram erguidas durante o Ciclo do Ouro. Foi construída em torno de uma capela erguida a partir de 16962 ou nos primeiros anos do século XVIII e ampliada em 1712 com recursos dos devotos, embora as intervenções principais tenham seguido até o final do século.
4. Igreja São Francisco de Assis – Ouro Preto
A Igreja de São Francisco de Assis é uma igreja da cidade de Ouro Preto construída em estilo rococó, que constitui uma etapa posterior, na evolução do barroco mineiro. A Igreja da Ordem Terceira de São Francisco de Assis teve suas obras iniciadas na segunda metade do século XVIII, em 1766, sendo finalizadas na primeira metade do século XIX, em 1810. Ela foi projectada e ornamentada por António Francisco Lisboa, mais conhecido como Aleijadinho (passou vinte e nove anos trabalhando nessa arquitectura), e pintada por Manuel da Costa Ataíde, o Mestre Ataíde.
5. Capela Dourada – Recife
A construção da capela foi fruto de uma iniciativa dos Irmãos da Venerável Ordem Terceira de São Francisco das Chagas, criada em Recife no século XVI. Sendo abastados muitos de seus membros, decidiram erguer uma capela para os noviços da Ordem. A pedra fundamental foi lançada em 13 de maio de 1696 pelo Capitão General Caetano de Melo Castro, sendo mestre-construtor o Capitão António Fernandes de Matos. A capela foi aberta ao público em 15 de Setembro de 1697, com missa presidida pelo Comissário Visitador Frei Jerónimo da Ressurreição, embora ainda não estivesse inteiramente terminada, permanecendo em obras até 1724. Nascendo em uma época de grande prosperidade na região, ao longo do tempo a capela recebeu melhorias e rica decoração barroca, e sua condição actual data basicamente dos séculos XVII e XVIII. O seu nome deriva da grande quantidade de ouro empregada na cobertura da exuberante talha de madeira que forra praticamente todos os espaços das paredes, altares e tecto.
6. Basílica do Senhor Bom de Matosinhos – Congonhas
Congonhas, como é chamada pela maioria das pessoas, é uma cidade pequena e que tem uma trajectória histórica muito interessante. Ela nasceu em 1734 durante o período áureo da corrida pelo ouro. Hoje, a cidade é uma das mais tradicionais de Minas Gerais e um dos pólos culturais do Estado. Lá, a Basílica do Senhor Bom Jesus de Matosinhos começou a ser construída em 1757 e só foi concluída em 1790. No altar da igreja está a imagem do Senhor Morto e, para vê-lo, milhares de devotos visitam a Basílica todos os anos. O seu inestimável valor artístico somado às esculturas dos 12 profetas fazem desse conjunto a maior expressão do Barroco brasileiro. A iniciativa de construir o grandioso Santuário de Bom Jesus de Matosinhos partiu do português Feliciano Mendes, devoto do Bom Jesus, em pagamento a uma promessa. Além da basílica, 12 profetas em pedra-sabão e 66 esculturas em tamanho natural – representando os Passos da Paixão de Cristo – foram criadas pelos maiores representantes da arte barroca mineira do século XVIII: António Francisco Lisboa, o Aleijadinho, e Manoel da Costa Athayde, o Mestre Athayde.
7. Igreja de São Francisco de Assis – São João del-Rei
Numa das praças mais bonitas de São João del Rei ela está lá, imponente, encantando turistas e viajantes: a Igreja de São Francisco de Assis, um dos principais marcos da arquitectura colonial mineira. Emoldurada por palmeiras imperiais e cercada de jardins, com torres circulares de sinos e ornamentos esculpidos em pedra-sabão, a igreja é um dos mais belos atractivos oferecidos aos visitantes pelo circuito das cidades históricas de Minas Gerais. Uma polémica envolve a autoria do projecto da linda Igreja de São Francisco de Assis e com dois grandes artistas da época: António Francisco Lisboa, o Aleijadinho e Francisco de Lima Cerqueira. Aleijadinho é considerado autor do risco original, mais tarde modificado por Lima Cerqueira, designado mestre-de-obras do templo. Por carência de documentação a polémica continua, mas baseado em análises estilísticas e comparativas, os historiadores afirmam que o projecto é seguramente de Aleijadinho, apresentando grande semelhança com o restante da obra.
8. Mosteiro de São Bento – Rio de Janeiro
O Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro é um histórico mosteiro localizado no Morro de São Bento, no Centro da cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. É um dos principais monumentos de arte colonial da cidade e do país. O Mosteiro de São Bento do Rio de Janeiro foi fundado por monges beneditinos vindos da Bahia em 1590. O mosteiro ainda funciona como tal, existindo, a seu lado, um dos estabelecimentos educacionais mais importantes e tradicionais do Brasil: o Colégio de São Bento, fundado em 1858, que formou uma quantidade considerável de personalidades brasileiras, como Pixinguinha, Benjamin Constant, Noel Rosa, António Silva Jardim, Villa-Lobos, Cazuza, entre outros.
9. Real Gabinete Português de Leitura
Pelo seu prestígio nos meios intelectuais, pela beleza arquitectónica do edifício da sua sede, pela importância do acervo bibliográfico e ainda pelas actividades que desenvolve, o Real Gabinete Português de Leitura é, a todos os títulos, uma instituição notável e que muito dignifica Portugal no Brasil. Em 14 de Maio de 1837, um grupo de 43 emigrantes portugueses do Rio de Janeiro e deve-se sublinhar que isto ocorre somente 15 anos depois da Independência do país – reuniu-se na casa do Dr. António José Coelho Lousada, na antiga rua Direita (hoje rua Primeiro de Março), nº 20, e resolveu criar uma biblioteca para ampliar os conhecimentos de seus sócios e dar oportunidade aos portugueses residentes na então capital do Império de ilustrar o seu espírito.
[…] o rinoceronte branco – a calçada portuguesa fez-se piso das nossas cidades, chegou ao Brasil e aos território por onde se expandiu o império colonial. Mal o bichinho poderia […]