
Estará a sobrar dinheiro à Câmara Municipal de Lisboa? Deitar fora um milhão de euros com obras numa rua que não precisa? Que mal lhes terá feito a Vitorino Nemésio?
Poderes autárquicos (sem consultarem ninguém, de forma autoritária e não democrática) impõem. Moradores estão contra.
Nada de importante a fazer em Lisboa para que a edilidade da capital resolva desbaratar fundos avultados numa rua que apenas lamenta as borradas de sucessivos executivos municipais? Algumas irreversíveis e de impossível de correcção.
Não existirão necessidades que impeçam o desperdício e o desrespeito pela vontade de habitantes da cidade?
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Tudo foi arrasado. Resta apenas, degradado, o palácio ao fundo. |
Zona bem antiga do termo de Lisboa, a Ameixoeira começou a ganhar prédios em meados de 70. Habitação própria de quem queria continuar a viver a cidade capital. Numa zona agradável, encostada a casas com história e horizontes desafogados…
Aos poderes públicos não se pedia nada. A não ser que não estragassem, nem permitissem a destruição de marcas de um passado colectivo merecedor de preservação.
Sucessivos equilíbrios autárquicos foram desgraça sempre agravada. E a História, pouco a pouco, assassinada: Ao sabor de conveniências partidárias e submissão a interesses privados, sem estratégia e sem projecto.
Restou o facto consumado, o capricho do momento. Que partiu passeios, removeu calçada, arrancou árvores. Autorizou construções ilegais em zonas de circulação e usufruto colectivo. Transformou uma rua habitacional num eixo de circulação de intenso tráfego automóvel todas as manhãs.
Agora querem piorar o cenário de vida dos moradores à custa do dinheiro de todos!
Vão gastar aqui um milhão de euros?
Que terá a rua de errado?
Não digam nada…
Está a ser invocado um regulamento que não permite faixas de rodagem tão largas!!!
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Não fora eu agnóstico e quase me sairia o dito das beiras: Valha-me São Jericó que é pai dos gaiteiros. Mas como fui criado no Campo Grande, ao lado do museu Bordalo Pinheiro, fico-me por um manguito.
Os passeios são amplos. Existe mesmo uma zona de circulação dupla ao longo dos prédios. Com uma área coberta e outra, ainda mais larga: A calçada que ladeia a faixa de rodagem.
A circulação de deficientes, em carreiras de rodas, é fácil: Com rampas de acesso suaves (em espaços abertos) para todos os prédios.
Os únicos obstáculos são aqueles que a autarquia se encarregou de semear. |
Foi a Câmara Municipal de Lisboa, agora a pretender estreitar a faixa de rodagem, quem sacrificou vastas parcelas de passeio público para arrumar os automóveis que, inevitavelmente, a instalação de uma universidade privada veio acarretar. Sem que ao menos tivessem sido assumidas as medidas que a Lei prevê para obviar esse facto. Nomeadamente, a obrigatoriedade de parqueamento subterrâneo.
A instalação do estabelecimento de ensino superior foi aprovada sabendo-se que não havia estacionamento disponível. E os passeios foram sacrificados!
Depois foram permitidas outras construções e autorizada a ocupação do espaço público. No segmento da rua onde não existem habitações, não resta quase nesga para a circulação de peões. Culpa, obviamente, da Câmara Municipal e dos sucessivos executivos autárquicos.
A vontade de malbaratar fundos públicos da Câmara Municipal de Lisboa não seria compatível com um debate aberto com a população. Pelos vistos, basta a fidelidade da Junta de Freguesia (da mesma cor política!).
Tal como tinha acontecido quando decidiu transformar uma rua habitacional em eixo de circulação viária, convertendo a manhã dos moradores da Rua Vitorino Nemésio num inferno: A nova via de acesso à Academia de Santa Cecília passou a despejar na rua todo o trânsito das viaturas que transportam as crianças. Situação que agora a autarquia pretende agravar com o tal estreitamento da faixa de rodagem. Dinheiros públicos gastos sem qualquer preocupação com a qualidade de vida dos moradores. |
A propósito, aquele elevador de acesso ao estacionamento da Academia (que é publica!) alguma vez funcionou? Quanto terá custado?
Porque haveria de silenciar o Milhão de euros que os órgãos autárquicos vão jogar fora?
Se o dinheiro é tanto que já está a sobrar… digam qualquer coisinha. Mas não façam dos cidadãos parvos!
Ainda na memória aquele senhor vereador que entrou para estas coisas da política autárquica dando voz a um protesto justo contra uma obra da Câmara Municipal de Lisboa. Estranha-se apenas que, uma vez no lugar, se esteja marimbando para aquilo que cidadãos de Lisboa pensam de obras a que está agora ligado.
E se… se chegasse à desobediência civil para impedir este escândalo? Que diria ele?
Nota final:
Para que não pudesse existir a suspeita de manipulação de imagens, optou-se pela utilização exclusiva das disponíveis no Google Earth.