10. Estamos todos familiarizados com a Segunda Circular, mas onde fica a Primeira Circular?
A Primeira Circular existiu e “circulava” a cidade no século XIX: começava no Largo de Alcântara, passava pela Rua D. Carlos, Rua Marquês da Fronteira, Duque de Ávila, Praça do Chile e por aí acima pela Morais Soares para depois descer até Santa Apolónia. Representava na altura os limites da cidade, que entretanto transbordou e vai daí fez-se uma Segunda Circular.
11. Porque razão o corvo é o símbolo de Lisboa?
Reza a lenda que, no tempo da ocupação muçulmana da Península Ibérica, os cristãos de Valência quiseram levar o corpo de São Vicente, martirizado pelos mouros, para as Astúrias, na altura o único reduto cristão seguro da Península. No entanto, não conseguiram passar além do Algarve, tendo aí sepultado o mártir e criado a aldeia de São Vicente. Anos mais tarde, D. Afonso Henriques conquista o Algarve, mas nos confrontos a aldeia é destruída. Não se sabia onde São Vicente estava enterrado. É então avistado um bando de corvos a sobrevoar de forma insistente um local e são encontrados aí os restos mortais do santo. Em 1176, D. Afonso Henriques ordena que rumem a Lisboa, sendo que durante a viagem o barco é sempre acompanhado e protegido por dois corvos. É por isso que ainda hoje o corvo é considerado o guardião da cidade.
12. Porque se chama “alfacinhas” aos lisboetas?
Ouvimos muitas vezes chamar “alfacinhas” aos lisboetas, mas sabe a origem do termo? Ainda que não haja certezas absolutas, julga-se que se deve ao facto da alface ser cultivada de forma abundante em Lisboa, presumindo-se que tal já acontecia no tempo dos mouros, devido à palavra ‘alface’ ser de origem árabe. No romance Viagens na minha Terra, de Almeida Garret, publicado pela primeira vez em 1846, pode ler-se: “Pois ficareis alfacinhas para sempre, cuidando que todas as praças deste mundo são como a do Terreiro do Paço…”.