Ciência dá razão a ancestrais crenças?
Raiz, flor e baga de Sabugueiro afirmam papel alimentar saudável e são esperança no combate à diabetes.
Nas margens do Varosa, Tarouca vive projecto que une a Universidade de Aveiro a empresas do sector agro-alimentar.
Diziam que limpava a aura – seja lá isso o que for…! Afastava bruxas e espíritos maléficos. Nas portas e janelas das casas para que o mal não entrasse.
E antes de chegar à área dos prazeres, fartava-se de dar saúde… Para a fadiga, nada como um banho de imersão com flores de sabugueiro. E, em chá curava, qualquer gripe ou resfriado.
Mas, das raízes às flores e aos frutos, era remédio santo para um rol de maleitas. Que iam da limpeza dos rins ao reumatismo.
Nas queimaduras, para quê gastar dinheiro em remédios caros se bastava amachucar umas folhas e colocar sobre as áreas atingidas? E lá se ia a dor como por milagre…
Bebida, beberagem e refresco, o sabugueiro enfeita saladas e doces. As bagas dão cor ao vinho, entram na pastelaria e a indústria farmacêutica não as despreza.
Lá por fora! Porque, o que aqui não sabíamos rendibilizar de utilidade e virtudes, já na Alemanha, Japão, Holanda, etc. há muito era segredo conhecido e procura de mercado.
Por isso, as bagas depois de apanhadas e secas seguiam para mercados de exportação.
Para nós era mais uma… árvore espontânea que os agricultores plantavam para fazer sebes. Ou à volta das vinhas. Ou junto às linhas de água.
Dos campos da beira do Varosa, a baga seca saia para os mercados da estranja. Mais tarde, no concelho de Tarouca surgiu uma unidade que permitia a sua refrigeração ou congelação.
Os agricultores daquela região começaram a ter na baga do sabugueiro uma das melhores fontes de receita. E aumentaram as áreas de plantio, ocupando espaços até aí destinados a outras culturas.
Agora é o tempo de novas apostas e Tarouca vai ser cenário de um projecto que junta Universidade de Aveiro e empresas do sector agro alimentar. Em conjunto procuram que as mais valias daquela cultura fiquem na região, potenciando o desenvolvimento de produtos alimentares saudáveis.
Para além da equipa de investigadores dos Departamentos de Química e de Engenharia Mecânica da UA, também o Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária, a Inovterra, a InovFood, a Publindustria, a Oldland e Alberto Carvalho Neto fazem parte do SambucusValor. O projecto lançado para este fim!
Na base do projecto, a convicção (resultante dos estudos daquela Universidade) de que bagas e flores do sabugueiro têm compostos químicos com efeitos benéficos para a saúde, nomeadamente no controlo da diabetes, reduzindo os níveis glicémicos em jejum e optimizando o trabalho da insulina. Com um “impacto potencial no controlo, através da dieta, de uma patologia que actualmente afecta milhões de pessoas em todo o mundo”.
Vamos a acreditar!
E os resultados do estudo?